sábado, 12 de março de 2011

Personagens Bíblicos – Eva


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A bíblia apresenta Eva como “a mãe de todos os viventes” (Gn 3.20). Sua criação deu-se a partir de uma das costelas de Adão, o primeiro homem.

Segundo a narrativa bíblica depois de haver criado tudo o Senhor refletiu sobre o fato de o homem estar só, decidindo então a favor de uma adjutora, uma mulher para Adão (Gn 2.18).

A partir da primeira união entre o primeiro homem e a primeira mulher Deus estabelece o padrão do casamento humano: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Donald Stamps observa aqui que “a prescrição divina para o casamento é um só homem e uma só mulher, os quais tornam-se ‘uma só carne’ (i.e., unidos em corpo e alma). Este ensino divino exclui o adultério, a poligamia, a homossexualidade, a fornicação e o divórcio quando antibíblico (Mc 10.7-9; ver Mt 19.0 nota)”.[1]

Eva foi quem primeiro comeu do fruto da árvore proibida, por influência da serpente, que lhe convencera da possibilidade de ser como Deus, sabendo o bem e o mal (Gn 3.5). O desejo de adquirir entendimento fez Eva comer do fruto e dá-lo a Adão, que não hesitou em dele também comer, o que os fez passar de uma situação de inocência à de consciência de pecado, pois imediatamente perceberam que estavam nus (v.70).

Na tentativa, rejeitada por Deus, do primeiro casal humano de prover suas próprias vestes diante de um Deus considerado santo, S. E. McNair observa a “a necessidade da morte de uma vítima inocente para que o pecador pudesse ficar coberto e justificado perante Deus”.[2] Daí que o Senhor mesmo é quem lhes provê túnicas de pele, antecipando que “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados.”[3]

Logo depois da queda o Senhor anuncia à serpente uma batalha de proporções cósmicas entre esta e a mulher. Entretanto, a semente da mulher, uma referência a Cristo, que, posto que ferido, “ressuscitaria dentre os mortos para destruir completamente (i.e., ‘ferir’) Satanás, o pecado e a morte.”[4]

A Eva e suas descendentes foi imposta a concepção sob grandes dores, além de, naturalmente, também estar sujeita ao trabalho fatigante juntamente com Adão.

A Escritura menciona por nome pelo menos três filhos de Eva com Adão, quais sejam, Caim, Abel e Sete (cf. Gn 4).


[1] A Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 26.
[2] S. E. McNair. A Bíblia Explicada. 4ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1985, p. 20.
[3] Idem, ibidem.
[4] A Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 37.

2 comentários:

www.obrasiltemjeitosim.blogspot.com disse...

Como disse em comentários anteriores o texto de Eva vem confirmar ainda mais a tese de que o texto biblico foi escrito depois do periodo do exilio. Veja que a encenação do Deus ceramista se insere numa tradição nascida sem duvidas da constatação de que o homem após a morte vai aos poucos se tornando pó.

Francisco Sulo disse...

A idéia do homem feito a partir do pó e retornando ao pó, por ocasiao da morte deve ser remetida exatamente à revelação recebida por Moisés e escrita no Gênesis.

A declaração de Salomão no Eclesiastes - livro escrito antes do exílio - já é coerente com a doutrina do homem-pó, ao dizer: "e o pó [o homem] volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu" (12.7).