quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DERROTA DO PR PEDRO LIMA NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES


Permitam-me, irmãos, algumas considerações sobre as razões de o deputado Pr Pedro Lima não ter sido reeleito neste último 3 de outubro. Podem não ser razões convincentes mas poderão ajudar-nos nas próximas eleições.
Arrolarei aqui, portanto, alguns motivos que teriam engendrado a não aceitação por parte dos milhares de evangélicos, sobretudo assembleianos, à pessoa do Pr Pedro Lima, na condição de candidato (não vou tocar nos aspectos de sua pessoa enquanto presidente da CIADSETA-TO, não obstante esses aspectos, acredito, também terem influenciado na campanha).
1.       Em primeiro lugar é fato sabido que o candidato Pr Pedro Lima evitou o contato com os crentes na campanha eleitoral. Limitou-se a tratar com os pastores, desconsiderando o peso que o contato corpo-a-corpo exerce no processo eleitoral. Este contato não deveria ser aquilo que, em última instância, deveria definir uma vitória eleitoral, mas dadas as características afetivas do ser humano é importante não prescindir do corpo-a-corpo. Esta é uma lição que precisa ser aprendida. Os pastores, por mais esforços que tenham demandado, não supriram diante dos crentes aquela presença do candidato que só ele mesmo poderia demonstrar. Nas reuniões de área, como é o caso da nossa (4ª área) o coordenador até que tentou, mas suas atitudes deixaram subentender um caráter mais de obrigação e de dever corporativos do que a solidariedade em torno de um projeto político das Assembléias de Deus no Tocantins.
 
2.        Em segundo lugar – e isso é verdadeiro para muitos eleitores, inclusive pra mim – não ficou bem nítida a idéia de projeto político da Convenção. O que se pretenderia com esse projeto? Seria a mera participação no poder, inclusive através de cargos de primeiro escalão, ou a moralização do poder estadual através de uma forte atuação parlamentar com base em fundamentos cristãos? Nunca soubemos (os cristãos de banco) o que motivou o voto do deputado Pr Pedro Lima na eleição indireta ao governador Carlos Gaguim no ano passado, nem o que teria motivado de fato a sua oscilação entre os dois candidatos a governador na última eleição. Temos fortes indícios de corrupção no governo e muitos crentes gostariam de saber qual deveria ser realmente a postura de um político cristão numa Assembléia Legislativa ou Congresso. O país está cheio de políticos cristãos pragmáticos que não estarão dispostos nunca a confrontar o mal que subjaz aos processos políticos, pois isso lhe traria desconfortos, oposições, perseguições. Aliás, dirá alguém, isso é coisa pra “vermelhos”, idealistas, imbecis. Eu, entretanto, digo que é coisa para cristãos genuínos. Acredito, portanto, que para as próximas eleições esse projeto político seja melhor esclarecido e que se defina qual orientação política lhe servirá de substrato doutrinário – se o pragmatismo fétido, responsável por muitos dos males sociais, ou o cristianismo bíblico e genuíno. Há que se considerar ainda que muitos cristãos não estarão dispostos a acompanhar qualquer projeto político caracterizado pelo pragmatismo.
3.       Em terceiro e último lugar podemos mencionar uma certa incoerência do discurso político-religioso da campanha. Durante muito tempo tentou-se consolidar a idéia de que crente tem que votar em crente. Não foi o que vimos na prática. Não nos foram apresentados candidatos crentes para deputado federal senão num tom secundário, pois pelo menos na 4ª área, predominaram os discursos em favor do Sr César Halum e Leomar Quintanilha. Se não houve entendimento com o Pr Adalberto Leite que procurassem outro. O Dr. Roberto Urbano nos foi apresentado, mas não com tanta veemência como foram apresentados os candidatos descrentes. Acredito que, em certo sentido, é até mais importante termos deputados federais do que estaduais, pois é no Congresso que são feitas as leis a que tanto nos referimos como prejudiciais ao meio evangélico. Nosso tipo de federação é diferente do americano, em que cada estado pode ter leis diferentes sobre muitos temas. No Brasil as leis são feitas em nível federal e não estadual, o que necessariamente nos deveria fazer refletir mais sobre a importância de congressistas cristãos. Acredito que a Convenção pecou feio nesse aspecto, mas é um tropeço a ser superado nas próximas eleições.
Acima de tudo precisamos de projetos bem definidos. O mundo jaz no maligno, diz a Escritura (1 Jo 5.19) e ações bem coordenadas serão bem mais eficazes contra o mal que impera na sociedade. Um outro ponto é que o projeto político precisa ser pautado pela verdade, isto é, pelo cristianismo bíblico e genuíno.
Acredito que muitos de nós estaremos disponíveis a participar desse projeto e ajudar o Tocantins e o Brasil a vencer as suas desgraças. Basta que haja decência e ordem.
Que o Senhor nos abençoe.
Francisco Sulo
Esperantina, 06 de outubro de 2010.

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