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Enoque é apresentado pela
Escritura como “o sétimo depois de Adão”[1]
(Jd v.14), e a ênfase que se dá ao seu nome na genealogia do capítulo 5 de
Gênesis, posto que breve, deve-se ao íntimo relacionamento que Enoque mantinha
com Deus. De Adão diz-se que Deus o visitava na viração do dia (Gn 3.8); de
Abel, que sacrificava a Deus o melhor do rebanho (4.4); de Enos, filho de Sete,
que foi o primeiro a cultuar a Deus (4.26), mas Enoque é o primeiro de quem se
diz que andou com Deus (5.22,24).
Tamanha era sua santidade num mundo iníquo a ponto de Deus o trasladar, para
não ver a morte (v.24; Hb 11.5).
De acordo com Donald Stamps, o
andar com Deus significa que Enoque “vivia pela fé em Deus, confiava na sua
palavra e promessas (Hb 11.5,6), procurava de toda maneira viver uma vida santa
(cf. 1 Jo 1.5-7) e andava nos caminhos de Deus (cf. Am 3.3), mantendo-se firme
contra a impiedade da sua geração (Jd 14,15).”[2]
Da epístola de Judas aprendemos
que Enoque viveu numa época de intensa impiedade, contexto que não o impediu de
andar nos caminhos do Senhor e pregar contra a injustiça e impiedade do seu
tempo (Jd 14,15). Sua conduta nos alerta para a necessidade de mantermos também
uma atitude de separação deste mundo e pregação do evangelho; nossa
trasladação, tal como a de Enoque, está condicionada ao nosso “andar com Deus”
num mundo decaído (Ap 3.10).
S.E. McNair, aliás, encontra
fortes motivos para ver na trasladação de Enoque, antes do dilúvio, “um tipo
dos santos que hão de ser trasladados antes dos julgamentos apocalípticos.”[3]
Assim como esse profeta da antiguidade foi trasladado antes do dilúvio,
primeira forma de juízo de Deus sobre os homens ímpios, a igreja do Senhor
também será arrebatada antes do Dia de juízo que virá para tentar todos os que
habitam sobre a Terra (I Ts 4.13-17; Ap 3.10). Uma curiosidade é que o filho de
Enoque, Metusalém, o homem mais velho da bíblia, continha no próprio nome a
profecia do dilúvio, segundo McNair. Seu nome significa: “quando ele for
removido, virá”. No mesmo ano em que Metusalém morreu veio o dilúvio de águas
sobre a Terra.[4]
Enoque deixou-nos exemplo de que pela
fé podemos nos resguardar de um mundo corrupto e iníquo, alcançando testemunho
de que agradamos a Deus (Hb 11.5), pregar o Evangelho (Jd 14) e estar
preparados para a iminente vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (I Ts
5.23).
[1]
Segundo Donald STAMPS, o termo “gerou”, conforme consta dessa genealogia, não
quer dizer apenas genitor, mas também progenitor. Neste sentido, Enoque é o
sétimo na genealogia depois de Adão, mas pode ser que alguns genitores tenham
sido suprimidos da mesma. Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 40.
[2]
Donald STAMPS. Idem, ibidem.
[3] S.
E. McNair. A Bíblia Explicada. 12ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1993, p. 22.
[4] S.
E. McNair, idem, ibidem.
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