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Noé, cujo nome significa “repouso”,[1]
foi o único sobrevivente, juntamente com sua família, do dilúvio de águas que
se abateu sobre a terra (Gn 6 – 10). Até o dilúvio tinha três filhos – Sem, Cam
e Jafé – , somando, com a mãe e as esposas destes, oito almas na arca,
sobreviventes.
Em seu tempo o pecado na raça humana
havia chegado a níveis que Deus não mais pôde suportar, daí a determinação em
destruir todos os homens (6.1-12). Um Deus santo não convive com o pecado e “como
pode o profano permanecer diante do santo?”[2].
Noé, entretanto, foi uma exceção
a esse mundo pecaminoso (6.8,9). Como Enoque, andava com Deus, o que quer dizer
que fazia a vontade do Senhor e separava-se do mal. Deus, entretanto, ainda
provaria a fé desse homem justo ordenando-lhe que fizesse uma grande arca para
que fosse salvo de algo que ainda não se tinha visto – chuvas[3]
(Hb 11.7).
Pela fé, como bem salientou o
escritor aos Hebreus, Noé fez a arca, salvando-se da condenação do mundo, a
despeito da incredulidade dos seus semelhantes, que obviamente zombavam dele e
do seu projeto.
Mas Noé não apenas fez a arca.
Pedro o apresenta como o “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5), o que indica que
enquanto construía o seu projeto anunciava aos seus semelhantes o juízo que se
aproximava; não se converteram, porém. Apenas sua família o acompanhou. Mais
tarde, numa outra época de intensa impiedade entre o povo de Deus, mesmo as
orações do justo Noé se fariam inúteis, dada a gravidade a que o pecado chegaria,
ocasionando a justa ira de Deus, inexoravelmente (cf. Ez 14.14,20).
A arca de madeira que Noé
construiu tinha as seguintes dimensões: 130m de comprimento por 22m de largura
por 13 de altura (Gn 6.15).[4]
Devia comportar um casal de todas as espécies animais e ainda Noé com a sua
família e sobreviver a 40 dias e 40 noites de chuva intensa, o que submeteu a
terra a 150 dias de inundação, ficando o patriarca na arca no decurso de um ano
inteiro (Gn 7). Para Stamps, “Hebreus 11.7 assinala a arca como um tipo de
Cristo, aquele que é o meio de salvação do crente, para livrá-lo do juízo e da
morte (1 Pe 3.20,21).”[5]
Uma vez saídos da arca, Noé e sua
família ofereceram sacrifícios a Deus. O Senhor respondeu-lhe afirmando sua
promessa de nunca mais destruir o mundo pelas águas, ratificando-a com a figura
do arco-íris (8.20-22; 9.8-17).
O grande patriarca ainda teria a
sua história de fé e separação do mundo maculada por um incidente de embriaguez
que resultou na maldição de Canaã, seu neto (9.20-29).
Seus filhos, Sem, Cam e Jafé,
deram origem aos povos que habitaram as regiões da África Europa e Ásia
mencionados na narrativa bíblica.
[1] Cf.
Donald STAMPS. Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 41.
[2] Cheryl B. JOHNS; Vardarman W.
WHITE. A Ética de Ser: Caráter,
Comunidade, Praxis. In: Michael D. PALMER (ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, p.
300.
[3]
Alguém pode sugerir que Gn 2.6 refira-se à chuva.
[4]
Texto da Biblia das Descobertas, na nova
tradução na linguagem de hoje. Barueri: São Paulo, Sociedade Bíblica do Brasil.
[5] Donald
STAMPS. Idem, p. 42.
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