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A história de Adão e Eva é bastante ilustrativa do fato de
que o caminho para a bênção e, em última instância, para a salvação final é
Deus quem o prepara.
Por não pensarem assim logo após o incidente com o fruto da
árvore de que Deus ordenou que não comessem dela, o primeiro homem e a primeira
mulher, conscientes agora do pecado e com vergonha da própria nudez, “coseram
folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gn 3. 7). Para Donald Stamps, “(...)
a consciência de estarem nus passou a associar-se ao pecado e à condição caída
e depravada da raça humana”,[1]
daí que tenham agido no sentido de vestirem-se diante de Deus.
A tentativa de Adão e Eva de proverem uma saída para o
problema da consciência acusadora não os deixou totalmente satisfeitos. S. E.
McNair observa que “Adão e Eva podiam estar tranquilos com os aventais de
folhas que fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe, mas em vindo o
Senhor, logo se esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e
envergonhados.”[2]
Ainda segundo este autor,
“Deus, porém, lhes fez ‘túnicas de peles’,
e assim ensinou, por uma figura, a necessidade da morte de uma vítima inocente
para que o pecador pudesse ficar coberto e justificado perante Deus. ‘Sem derramamento de sangue não há remissão
de pecados’: e em folhas de figueira não há sangue derramado.”[3]
Se, pois, o primeiro homem e a
primeira mulher já tentavam alcançar a bênção divina por meios próprios, à
revelia da vontade do Senhor, não admira que em nosso tempo muitos assim também
procedam. Daí a multiplicidade de denominações religiosas, de liturgias, de
interpretações da verdade bíblica. Mas tão antiga quanto a primeira tentativa
de prover a própria salvação à parte da vontade de Deus é a verdade de que é
Deus quem estabelece o caminho (Jo 14.6).
O profeta Isaías, conhecido em
nosso meio pela sua humilhação diante de Deus – “Ai de mim! Pois estou perdido;
porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros
lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos” (Is 6.5) – declarou com
júbilo certa vez: “Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no
meu Deus; porque me vestiu de roupas de
salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com
turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias” (61.10,
grifos nossos).[4]
Que este seja, então, o
procedimento dos que querem ser abençoados por Deus – submeter-se ao plano da
sua divina vontade. Vãos serão nossos esforços, a despeito de qualquer
sentimento de humilhação envolvido. Aliás, a verdadeira humilhação ante nossa
situação de pecadores (Mt 5.3) é submetermo-nos à vontade do Senhor.
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