sábado, 2 de junho de 2012

O caminho da bênção é aquele que Deus prepara


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A história de Adão e Eva é bastante ilustrativa do fato de que o caminho para a bênção e, em última instância, para a salvação final é Deus quem o prepara.

Por não pensarem assim logo após o incidente com o fruto da árvore de que Deus ordenou que não comessem dela, o primeiro homem e a primeira mulher, conscientes agora do pecado e com vergonha da própria nudez, “coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gn 3. 7). Para Donald Stamps, “(...) a consciência de estarem nus passou a associar-se ao pecado e à condição caída e depravada da raça humana”,[1] daí que tenham agido no sentido de vestirem-se diante de Deus.

A tentativa de Adão e Eva de proverem uma saída para o problema da consciência acusadora não os deixou totalmente satisfeitos. S. E. McNair observa que “Adão e Eva podiam estar tranquilos com os aventais de folhas que fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe, mas em vindo o Senhor, logo se esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e envergonhados.”[2]

Ainda segundo este autor, 

“Deus, porém, lhes fez ‘túnicas de peles’, e assim ensinou, por uma figura, a necessidade da morte de uma vítima inocente para que o pecador pudesse ficar coberto e justificado perante Deus. ‘Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados’: e em folhas de figueira não há sangue derramado.”[3]

Se, pois, o primeiro homem e a primeira mulher já tentavam alcançar a bênção divina por meios próprios, à revelia da vontade do Senhor, não admira que em nosso tempo muitos assim também procedam. Daí a multiplicidade de denominações religiosas, de liturgias, de interpretações da verdade bíblica. Mas tão antiga quanto a primeira tentativa de prover a própria salvação à parte da vontade de Deus é a verdade de que é Deus quem estabelece o caminho (Jo 14.6).

O profeta Isaías, conhecido em nosso meio pela sua humilhação diante de Deus – “Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos” (Is 6.5) – declarou com júbilo certa vez: “Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias” (61.10, grifos nossos).[4]

Que este seja, então, o procedimento dos que querem ser abençoados por Deus – submeter-se ao plano da sua divina vontade. Vãos serão nossos esforços, a despeito de qualquer sentimento de humilhação envolvido. Aliás, a verdadeira humilhação ante nossa situação de pecadores (Mt 5.3) é submetermo-nos à vontade do Senhor.


[1] STAMPS, Donald. A Bíbia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 36.
[2] McNAIR, S.E. A Bíblia Explicada. 12. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1993, p. 20.
[3] McNAIR, ibidem, p. 20, grifos do autor.
[4] http://www.bibliaonline.com.br/acf/is/61

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